domingo, 29 de setembro de 2013

E você tinha me ajudado tanto,
mas no final, fui eu que esfaqueei suas costas,
e deixei você sofrendo,
e eu ria de seu sangue escorrego pelo chão.
Você me pediu tanta ajuda,
mas eu não podia mais ajudar.
Era maior que meus medos,
eu não podia.
Não espero seu perdão,
não espero e nem esperarei nada em troca.
A faca ainda está com seu sangue,
jogada atrás da comoda.
Mas você tinha me ajudado,
eu simplesmente, preferi estragar tudo.
Para parecer mais fácil hoje.
Seu nome já não me importa mais,
mais ainda doí.
Ah, como dói.
Dói, saber que te deixei ali sem nenhuma força
para tentar de novo.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

-Nossa como você engordou nos últimos tempos. Toma cuidado viu, você já viu se não está grávida? A gente nem percebe essas coisas, mas quando vê, está com uma criança no colo. Toma cuidado viu.

E o silêncio tomou conta da mesa de jantar naquela noite, a tia que morava no interior tinha chegado naquela tarde e passaria o resto do final da semana no quarto dos fundos.

"Sim, eu engordei mesmo. Estou namorando há algum tempo, e realmente, comecei a comer mais. Eu gosto de comer, e daí? Gosto de encher o prato e comer como se fosse minha última refeição. E não, não estou grávida, não é porquê a senhora ficou grávida jovem que eu também vou ficar. Eu me cuido e não sou nenhuma vadia que fico abrindo as pernas por ai, como você ficava quando tinha minha idade. Eu já estou na porra da faculdade, consegui um maravilhoso estágio e não estou grávida. Agora só porque engordei alguns quilos, a senhora vem querendo falar merda. Na boa, né?"

"Mas isso é jeito de falar com sua tia, menina?"

"Ah, e se eu não falar quem vai falar? A senhora mesmo fica falando mal dela quando ela vai embora. Que ela não ajudou nem a lavar a louça, que não perguntou se estava faltando alguma coisa..."

"Eu não tive filho jovem porque eu quis. A sua mãe bem sabe o quanto foi difícil aquele momento em minha vida."

"É claro que foi. A senhora teve um filho com 14 anos de idade, uma filha com 16, um outro filho com 19 e por fim, um outro filho com 22 anos. É claro que foi difícil, só de pensar em ter um filho nessa idade, já me dá um pânico tremendo. E depois vem falando de mim, só porque engordei alguns quilos."

"Nossa, nunca imaginei que alguém como você jogaria na cara os meus filhos".

"Não liga não, irmã. Sabe como são os jovens de hoje em dia."

"Hoje em dia? Ah, na boa. Vê se tem alguma amiga minha grávida na minha idade. Não, não tem. E ainda colocam a culpa na gente."

"Olha aqui, não vou admitir ninguém falando assim de mim não"

"Ah, agora eu sou a errada da história. É isso mesmo? Você vem na nossa casa sem avisar, não ajuda em nada e ainda vem querendo dar lição de moral? Me fala, onde estão seus filhinhos nesse momento? Viu, nem você sabe onde estão."

"Cala boca, menina."

"Filha, acho melhor você ir para o seu quarto"

"Ah, com o maior prazer. Vou ser alguém na vida, e tentar ajudar os outros sem atrapalhar ninguém. Diferente de algumas pessoas, que vem na casa dos outros falar merda."


-Hey,Ana. Levanta essa cabeça da mesa, ficar no mundo da lua não trás dinheiro pra dentro de casa. Que coisa feia,menina. Nem me respeita com sua única tia. Olha Sônia, eu não sei onde esses jovens de hoje vão parar, viu? Não respeitam mais ninguém. Vai Ana, senta direito e me passa o panela com o arroz.