domingo, 3 de novembro de 2013

III.

Seus gritos de dor eram ouvidos em todas as dimensões, e todo me condenavam por não conseguir ajuda-la
Mas, eu não sabia mais o caminho de voltar, as suas dores se tornaram as minhas, a sua vida se impregnou na minha, não havia mas caminho de volta.
As dimensões eram guiadas entre medo, coragem e dor.
E apenas o seu rosto, era o que me guiava diante a minha vida.
Os seus segredos e mentiras foram descobertos, mas eu ainda continuava ali. Ninguém mais estava ali. Apenas eu. Apenas o meu medo, a minha dor e a minha esperança.
Os dias dançavam na nossa cara, esfregando a infelicidade de viver diante da hipocrisia humana.
Ninguém mais estava ali, só nós duas, só a nossa vontade de conseguir vencer.
Mas, você começou a se perder no meio de tanta luta e minhas batalhas começara a ficar mais pesadas, e eu não conseguia te dar as mesmas forças que eu te passava no começo. Tudo começou a ficar mais pesado, mais pequeno. O meu medo ia aumentando, e a sua vontade diminuindo.
Eu conseguia enxergar o seu verdadeiro reflexo dentro do espelho antigo, mas você ainda estava perdida, lutando conta si mesmo, e lutando contra os meus medos.
A sua dor e os seus medos, me acordavam de madrugada, me fazendo te livrar daquele pesado real.
Mas, talvez eu fosse o seu medo o seu pesadelo, a sua pior dor, a sua pior fraqueza.
Eu sei, eu sou responsável por toda a desgraça desse maldito labirinto que você acabou se perdendo.
(...)

sábado, 2 de novembro de 2013

G.

Eu conheci um cara.
Ah, ele tinha óculos escuros no rosto, uma camisa xadrez e um all star vermelho meio sujo.
Ele mascava um chiclete, que tempos depois, descobri que era para esconder o cheiro do cigarro.
Ele estava nervoso, mas estava fingindo não estar. Mas, eu vi que suas mãos estavam suadas, quando de surpresa, resolvi toca-las no meio do shopping vazio, por ser época de natal.
Ele era tão misterioso, um labirinto que eu sabia que iria me perder ai pra sempre. Mas, não desses misteriosos clichês de hoje em dia, porque ele me contou sobre sua vida inteira, mas eu sabia que não estava tudo ali. E eu sabia, que aquele cara não sairia tão rápido de perto, ele não queria sair dali e eu não deixava ele sair.
Ah, esse cara, mesmo falando as maiores besteiras do mundo, falando de sexo, drogas e rock 'n roll com a maior naturalidade do mundo, me conquistou de um jeito que só ele soube fazer.
Não foi só pelo seu beijo ter se encaixado perfeitamente com os movimentos dos meus lábios desde que as luzes do cinema apagaram, mas foi por ele ter segurado na minha mão. Sim, foi por esse motivo. Mesmo ele não acreditando nisso, porque desde de quando esse cara segurou na minha mão, ele nunca mais soltou. O mundo nos separou, nos afastou, mas sua mão ainda junta a minha. Me apoiando e me assegurando de que tudo ficaria bem, mesmo quando nem ele acreditava.
Eu conheci um homem,
na verdade eu cresci junto com esse homem. Eu me descobri mulher e ele amadureceu completamente para me ajudar a me sentir mulher. Ele seguiu seus sonhos, deixou o cabelo crescer e decidiu trabalhar. Me apresentou o mundo e me deixou entrar em seu mundo. Descobri segredos, defeitos e mentiras. Mas, ele ainda segurava a minha mão, só que de um modo diferente, era mais intenso. Era intenso, porque finalmente, o "Pra sempre", fazia sentindo na minha vida e na vida desse cara, desse homem. Fazia sentido, toda a nossa história, todas as nossas chances, todos os nossos erros e fazia sentido todo o nosso amor.