quinta-feira, 11 de junho de 2015

Hoje eu tive vontade de morrer (de novo). Largar tudo, esquecer desse mundo, esquecer das mentiras que me contaram durante um vida toda.
Me fizeram de palhaça, quando eu podia ser a moça que fica apenas vendendo o bilhete do parque, sem ter atenção de ninguém. Mas não, me jogaram ali no meio, e disseram que eu tinha que acreditar que todo aquele show era verdadeiro.
As luzes no meu rosta, mostravam a maquiagem barata. As piadas que escreveram pra mim, me deixavam ser a pessoa mais humilhada ali, diante de toda aquela plateia que ria da minha cara.
Era tudo mentira, uma vida baseada na mentira.
Disseram que todos que trabalhavam no circo era meus irmão e irmãs, eu acreditava. Diziam ainda, que meu pai tinha ido embora com a mulher barbada. Sim, mulher barbada. E me disseram ainda, que eu tinha que ser "O" palhaço. Mas eu era menina, já tinha peitos, coxa e cabelo comprido.
Eu tinha que esconder tudo aquilo, todos os dias. Não podia conhecer ninguém que vinha nos assistir, eu tinha que ser perfeita. Fazer as melhores cambalhotas, ter as melhores piadas e decorar tudo aquilo que escreviam pra mim.
Mas era tudo mentira.
Não tinha irmão, nem irmãs. Minha vida era mentira, eu poderia ser qualquer atração do circo, poderia ser a equilibrista, a mágica, a moça que fica na bilheteria. Mas por obrigação, eu era o palhaço. Não tinha nem nome, apenas palhaço.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

AP

Toda a dor que eu sentia, já estava cicatrizada no fundo do meu coração.
Eu tentava fugir de você, esconder meus segredos e não encarar suas verdades. Você fez tudo que pode, mas agora, no momento em que eu mais preciso de você, você vai embora. Coloca uma máscara no lugar do seu sorriso e vive uma vida que não é sua.

Eu não te conheço mais.

Eu não te reconheço mais.

O passado que vive ao seu lado.
Nesse mesmo canto meu. As paredes que você pintou e me fez aquela surpresa na tarde da Páscoa, ainda estão aqui. Ainda ouço as risadas que dávamos e a vida que planejamos construir. Parecia tão verdade, tão real.

E hoje, estou aqui. Sozinha.
Completamente longe de você. Eu mentia, inventava histórias e sentia medo. Medo de te perder pra sempre. As cicatrizes nos seus braços estão marcadas também no meu coração. E nunca iram sumir.

Pelo menos não nesse momento.

Quando você voltar, quando toda essa tempestade passar, eu sei que seremos como antes. Eu e você, eu, você e as nossas vidas envolvidas com o presente e o futuro, o passado já vai estar tão longe, que não conseguiremos lembrar daquilo que tanto machucava.

Eu vou sorrir. Você vai sorrir.
Você vai sentir o calor da vida, e eu vou simplesmente agradecer por ter você de volta.

Eu te amo!
E vou esperar e lutar pra você melhor de todo esse tumulto que existe dentro de ti.