quinta-feira, 11 de junho de 2015

Hoje eu tive vontade de morrer (de novo). Largar tudo, esquecer desse mundo, esquecer das mentiras que me contaram durante um vida toda.
Me fizeram de palhaça, quando eu podia ser a moça que fica apenas vendendo o bilhete do parque, sem ter atenção de ninguém. Mas não, me jogaram ali no meio, e disseram que eu tinha que acreditar que todo aquele show era verdadeiro.
As luzes no meu rosta, mostravam a maquiagem barata. As piadas que escreveram pra mim, me deixavam ser a pessoa mais humilhada ali, diante de toda aquela plateia que ria da minha cara.
Era tudo mentira, uma vida baseada na mentira.
Disseram que todos que trabalhavam no circo era meus irmão e irmãs, eu acreditava. Diziam ainda, que meu pai tinha ido embora com a mulher barbada. Sim, mulher barbada. E me disseram ainda, que eu tinha que ser "O" palhaço. Mas eu era menina, já tinha peitos, coxa e cabelo comprido.
Eu tinha que esconder tudo aquilo, todos os dias. Não podia conhecer ninguém que vinha nos assistir, eu tinha que ser perfeita. Fazer as melhores cambalhotas, ter as melhores piadas e decorar tudo aquilo que escreviam pra mim.
Mas era tudo mentira.
Não tinha irmão, nem irmãs. Minha vida era mentira, eu poderia ser qualquer atração do circo, poderia ser a equilibrista, a mágica, a moça que fica na bilheteria. Mas por obrigação, eu era o palhaço. Não tinha nem nome, apenas palhaço.

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