sábado, 2 de novembro de 2013

G.

Eu conheci um cara.
Ah, ele tinha óculos escuros no rosto, uma camisa xadrez e um all star vermelho meio sujo.
Ele mascava um chiclete, que tempos depois, descobri que era para esconder o cheiro do cigarro.
Ele estava nervoso, mas estava fingindo não estar. Mas, eu vi que suas mãos estavam suadas, quando de surpresa, resolvi toca-las no meio do shopping vazio, por ser época de natal.
Ele era tão misterioso, um labirinto que eu sabia que iria me perder ai pra sempre. Mas, não desses misteriosos clichês de hoje em dia, porque ele me contou sobre sua vida inteira, mas eu sabia que não estava tudo ali. E eu sabia, que aquele cara não sairia tão rápido de perto, ele não queria sair dali e eu não deixava ele sair.
Ah, esse cara, mesmo falando as maiores besteiras do mundo, falando de sexo, drogas e rock 'n roll com a maior naturalidade do mundo, me conquistou de um jeito que só ele soube fazer.
Não foi só pelo seu beijo ter se encaixado perfeitamente com os movimentos dos meus lábios desde que as luzes do cinema apagaram, mas foi por ele ter segurado na minha mão. Sim, foi por esse motivo. Mesmo ele não acreditando nisso, porque desde de quando esse cara segurou na minha mão, ele nunca mais soltou. O mundo nos separou, nos afastou, mas sua mão ainda junta a minha. Me apoiando e me assegurando de que tudo ficaria bem, mesmo quando nem ele acreditava.
Eu conheci um homem,
na verdade eu cresci junto com esse homem. Eu me descobri mulher e ele amadureceu completamente para me ajudar a me sentir mulher. Ele seguiu seus sonhos, deixou o cabelo crescer e decidiu trabalhar. Me apresentou o mundo e me deixou entrar em seu mundo. Descobri segredos, defeitos e mentiras. Mas, ele ainda segurava a minha mão, só que de um modo diferente, era mais intenso. Era intenso, porque finalmente, o "Pra sempre", fazia sentindo na minha vida e na vida desse cara, desse homem. Fazia sentido, toda a nossa história, todas as nossas chances, todos os nossos erros e fazia sentido todo o nosso amor.

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