sábado, 4 de maio de 2013

7.

 Você tomava a dose do velho conhaque , que tinha acabado de pegar sobre aquela prateleira de vidro iluminada com uma luz amarelada. O vermelho do sofá refletia sobre seu colo branco com pequenas alergias e os seus olhos, tão cheios de mistérios, me faziam ainda sentir um certo medo de descobri-los , mas de um certo modo , eu sempre saberia o que eles queriam dizer.
Acendeu o cigarro , parado em frente a janela de madeira, e sumiu dentro de seus pensamentos encarando o jardim em frente a janela, foi como se eu soubesse o que realmente estava sentindo , foi como se as palavras estragassem aquele momento. Eu encarava o teto e observava seus pequenos sorrisos com o canto do rosto. E me perdi nas antigas lembranças , dos textos amaçados no canto do quarto ,nas brigas pelo telefone , nas minhas ligações de madrugada só para ouvir sua voz e você acordando para conversar sobre besteiras do dia-a-dia. E aquele quarto , com sofá vermelho , colchões no chão e sinceras declarações , fizeram tanto sentido , assim como, eu finalmente tive coragem de encarar os seus tais olhares.

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